sexta-feira, 22 de maio de 2009

Entrevista: Mário Viana

Mário Viana, paulistano, 48 anos, é um dos autores da peça Carro de Paulista. Esta entrevista exclusiva para o blog foi feita por email e conta detalhes da criação deste grande sucesso teatral:

Você se lembra da estréia da peça? Quando foi, onde? Qual foi a reação do público?

A estréia foi em abril de 2004, no Centro Cultural de São Paulo. Tivemos seis semanas de temporada, com casa muito boa. Logo depois, conseguimos uma brecha na sala pequena do Teatro Sergio Cardoso, levamos o Carro pra lá e lotou! De lá pra cá, já percorremos vários teatros: FAAP, Folha, Colégio Santa Cruz, Cultura Inglesa, Jardim São Paulo, Cacilda Becker, Guarulhos, Maria della Costa, Ruth Escobar...

Como nasceu a idéia do Carro? Qual foi o primeiro conceito da peça?

Em 2001, eu estava escrevendo “Pantagruel” pros Parlapatões, quando dois meninos da técnica me pediram uma peça pra eles. Eu tinha a idéia de brincar com aqueles moleques que vinham da ZL pra Rua Augusta e ficavam barbarizando, mexendo com todo mundo que passava, totalmente sem noção... Fiz a primeira versão da peça, com dois personagens, Pedrão e Jorginho. Os outros eram citados ou apareciam em gravações. Por incrível que pareça, os atores leram e não quiseram fazer, por causa do final. O Hugo Possolo leu e sugeriu aumentar o número de personagens. Como eu estava sem tempo, convidei o Alessandro Marson pra me ajudar a escrever. Ele entrou com tudo e a peça foi nascendo, meio que via internet. Mesmo depois de já na estrada, ganhou cenas: a cena da fila na balada foi criada em 2005, quando levamos a peça pra FAAP e precisávamos ‘esticar’ a duração.

O sucesso foi imediato?

Começou bem, no CCSP e no Sergio Cardoso. Mas foi no Cultura Inglesa e no Jardim São Paulo que sentimos ter um “fenômeno” nas mãos. No Cultura, a peça lotou nos mais variados horários. E no Jardim São Paulo viramos até tema de conversa em salão de beleza. “Já foi ver o Carro? Eu vou ver de novo!” Mas o Carro tem um aspecto engraçado. As temporadas são sempre melhores em teatros acessíveis por ônibus. A moçada aproveita o bilhete único, vai, assiste a peça e volta pagando só 2,30 de passagem.

Quantos espectadores já teve o Carro no teatro?

Acho que já batemos os 50 mil.

A peça já foi exibida fora de São Paulo?

Em festivais de Americana e Cananéia, temporada em Campinas...

O que vocês, autores, estão fazendo hoje?

Tanto eu quanto o Ale temos uma carreira de dramaturgos e roteiristas de TV. O Alessandro Marson trabalha na Rede Globo há vários anos e já integrou equipes bem legais – desde “Sítio do Pica-pau Amarelo” até “Casos & Acasos”, “O Profeta”, “Desejo Proibido”,  etc. Eu tive várias peças encenadas por aqui e mesmo no exterior. “Vestir o Pai” (que estreou na mesma época do Carro, seis anos atrás, dirigida por Paulo Autran) foi montada no Uruguai e na Itália. Um dos maiores sucessos teatrais também foi um trabalho em equipe: “Nunca se Sábado”, que eu escrevia junto com Fábio Torres, Laert Sarrumor, Luiz Henrique Romagnoli e Isser Korik, no Teatro Folha. Em TV, fiz parte das equipes que escreveram “Dance Dance Dance”, “Paixões Proibidas” e, atualmente, estou na equipe do Lauro Cesar Muniz, em “Poder Paralelo”, na Record.

Você já tinha pensado na possibilidade de adaptar para cinema ou TV?

Nós sempre fomos sondados pra transformar a peça em filme. Até agora, tinha ficado só na base do ‘vamos ver’. Agora, vai.

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