domingo, 26 de julho de 2009
Mais uma cara para o carro
quinta-feira, 23 de julho de 2009
A primeira cena
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Memória afetiva
terça-feira, 21 de julho de 2009
Outras caras para o Carro
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Nossa editora: Célia Freitas
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Nosso continuista brilha em Paulínia
sexta-feira, 10 de julho de 2009
O último dia de filmagem
quinta-feira, 9 de julho de 2009
A cara do Carro
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Entrevista: Dagomir Marquezi - Parte 2
Qual a diferença de envolvimento entre seu trabalho no Dores & Amores e no Carro de Paulista?
Dores foi concebida antes de mim, filmada longe de mim, e eu não tive muito contato com a equipe técnica nem com o elenco. Com o Carro aconteceu o contrário: eu pude acompanhar cada passo e tive o privilégio de editar este blog sobre o filme, além de gravar as cenas para um futuro making-of. Estive presente em boa parte das filmagens – menos as gravadas durante a manhã, quando eu estou técnicamente desligado.
O que você acha do fato da direção e produção cercearem a criatividade de um roteirista?
Todo roteirista tem que ter essa consciência: se quiser realizar um trabalho completamente sob controle, escreva um romance. Um roteiro é feito para ser realizado em equipe. Antes eu não tinha muita consciência das consequências práticas do que eu escrevia. Criava cenas impossíveis de serem realizadas com um pensamento tipo “eles que se virem”. O Ricardo me ensinou a ter mais consciência do que escrevo e não pedir o impossível. Afinal, cada frase escrita por mim num roteiro representa custos e dificuldades técnicas.
Aí depende muito da colaboração. Ela pode virar uma disputa de egos e rancores. Mas se o objetivo dos autores for fazer o melhor para o roteiro em si, todo mundo sai ganhando. Especialmente o espectador. Eu tive minha escola de colaboração como co-autor de duas telenovelas. Naquele território a solidão é fatal. Em Carro de Paulista contei sempre com a ajuda, o respeito e o bom senso do Ricardo. Ele tem muitas colaborações no roteiro mas generosamente não exigiu a co-autoria.
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Entrevista: Ricardo Pinto e Silva - Parte 2
Filmar em locações facilita ou dificulta?
Facilitou para a direção de arte e barateou os custos de produção. Mas com isso criam-se dificuldades para a organização da logística das filmagens como transporte, alimentação, e o uso de bases de produção emprestadas ou alugadas para servir de camarim e banheiros para elenco e equipe, refeitórios, tudo tendo que ser organizado e reorganizado dia após outro. Trabalho muito bem executado por Farid Tavares, Celso Martins e equipe.
Qual o pior e o melhor momento de filmagem?
O melhor dia de filmagem e sempre o primeiro, a alegria em chegarmos ao Set. O pior é o ultimo, quando ainda não sabemos quando vamos filmar novamente. Em termos de produção o pior dia e aquele onde algumas coisas escapam ao nosso controle e parece que não teremos tempo para cumprir o planejado. A tensão que a possibilidade de erro no planejamento traz é grande e incomoda. Temos que reagir e tomar decisões muito prontamente.
Para onde vai o Carro agora?
Agora entra em edição de imagem, de som. Faremos as músicas, as trucagens, os letreiros, a mixagem. Entram novos profissionais nesta etapa de finalização. Veremos se nosso material pode ser estendido para uma versão de longa-metragem. Já os personagens continuarão conosco. Pretendemos criar um projeto de série para televisão com 13 episódios de 25 minutos numa primeira temporada. Pretendemos lançar o roteiro do filme em quadrinhos e publicar um livro onde vamos expor as técnicas de realização e produção de comedias digitais de baixo orçamento. E já começamos a trabalhar no argumento de um novo telefilme ou longa-metragem com os mesmos personagens e elenco, intitulado provisoriamente "Quem Vai Ficar com Kelly".
Ensaiando as Perigosas
sábado, 4 de julho de 2009
Entrevista: Dagomir Marquezi
Como é que você imaginou que poderia se envolver num telefilme? O que traz de diferença para um filme de cinema?
Eu na verdade já trabalhei muito para TV (em novelas, infantis, musicais, documentários, etc) e muito pouco para cinema. Trabalhar em televisão para mim é meio que natural, e trabalhar em cinema é um velho projeto muitas vezes adiado e atrapalhado. Escrever um telefilme foi muito bom porque uniu as duas pontas.
É melhor adaptar o texto de um terceiro ou começar do zero com uma idéia própria sua?
Eu me treinei muito para ser um adaptador. Mas é claro que começar do zero dá muito mais controle sobre o trabalho. Eu sei para onde estou indo. No caso de uma adaptação, a gente se livra de inventar algumas soluções que já estão prontas e pode se dedicar mais à formatação do roteiro.
Qual a diferença de escrever o Carro e nossa primeira parceiria no Dores & Amores?
No Dores eu peguei um roteiro de terceiros baseado num romance de uma quarta pessoa. Meu trabalho foi muito mais de “reforma” do que de construção. Felizmente o diretor do filme (que aqui me entrevista) teve a boa idéia de trabalhar com locuções em OFF da personagem principal. O que deixa aberta muitas possibilidades de intervenção e mudança de rumos. O Carro foi outro processo. Eu estou presente desde o início, e trabalhei com total liberdade para a adaptação. Eu diria que o Carro é um prazer e o Dores, um desafio.
Entrevista por Ricardo Pinto e Silva
Foto: Lidice Ba
quinta-feira, 2 de julho de 2009
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Entrevista: Ricardo Pinto e Silva
Dirigir um filme é uma tarefa muito mais complexa do que pode imaginar quem nunca frequentou um set de filmagens. O diretor Ricardo Pinto e Silva somou às dificuldades naturais alguns desafios a mais em sua carreira.
Como você ficou sabendo da peça Carro de Paulista
Eu sempre tive o habito de ler as sinopses das peças nos jornais e revistas. Sempre busco o tema e observo a quantidade de atores no elenco. Marco os comentários sobre o autor. Assim que acabei me interessando por dois textos que viraram roteiros de meus filmes: Intensa Magia, de Maria Adelaide Amaral e Carro de Paulista, de Mario Viana e Alessandro Marson. Com os outros filmes, Sua Excelência,o Candidato e Dores & Amores foram diferentes. No primeiro eu e meu primo e produtor Caito Junqueira fomos ver e decidimos comprar os direitos da peca Jogo de Cintura, de Marcos Caruso e Jandira Martini, mas eles nos convenceram a escolher o outro texto, que consideravam melhor e mais conhecido, premiado com o Moliere de Melhor Autor. Já Dores & Amores foi fruto de uma longa estadia em Porto Alegre quando trabalhei em uma serie para a TV portuguesa rodada por lá. Perguntei a uma vendedora de livros qual era o autor gaúcho que mais vendia e ela me apresentou os livros da Claudia Tajes. Comprei, li todos, e escolhi Dores, Amores & Assemelhados, inicialmente adaptado pela roteirista portuguesa Patricia Muller e posteriormente rescrito por nos, Dagomir e eu, acrescentando a base da adaptação da sua peca, Intervalo.
Quantos filmes você já havia dirigido?
Já havia dirigido 3 longas metragens, comentados acima, e dois curtas: o desenho animado Zabumba, em co-direção a Hamilton Zini Jr e Salvador Messina e a ficção Adultério, baseado em um conto da atriz Joana Fomm.
No que o Carro foi diferente dos outros filmes?
Por ser um telefilme foi o de filmagens mais rápidas e teve um raciocínio para ser produzido que incorporou as adversidades. Filmamos quase inteiramente nas ruas e admitimos o acaso como gente em quadro, trânsito aberto, ruídos não controlados. Uma abordagem mais documental. Mantive o uso de duas câmeras simultâneas, como já havia incorporado ao meu método de filmar desde Querido Estranho, mas pela primeira vez o filme todo foi rodado com as câmeras na mão, prescindindo do uso de tripés, dollies, gruas e outros equipamentos para movimentar as câmeras. Fui muito influenciado pela leitura do livro Digital Film Making, do cineasta inglês Mike Figgs e por um grande estudo sobre o uso das câmeras em seus filmes, notadamente Miss Julie e Despedida de Las Vegas.
Foto: Dagomir Marquezi
Entrevista: Katia Coelho
Como diretora de fotografia, qual foi a maior dificuldade em filmar Carro de Paulista?
Minha maior dificuldade foi também a minha maior alegria: tentar conciliar o cuidado que temos com a imagem para cinema com o tempo disponível que temos para a televisão. Foi minha primeira experiência nesse sentido e percebi que é possível. A equipe do telefilme era incrível em todas as áreas e isso ajudou muito.
Você prefere filmar em estúdio ou em locações?
Prefiro filmar.
Comecei minha carreira como assistente de câmera de grandes fotógrafos como Affonso Beato, Chico Botelho, Pedro Farkas, Lauro Escorel entre outros queridos. Tive uma grande alegria em conhecer, ainda aluna do curso de cinema da USP, a assistente de direção Márcia Bourg que estava fazendo a preparação de um longa metragem de Bruno Barreto. O diretor de fotografia do filme foi Affonso Beato que já trabalhava nos Estados Unidos e achou interessante ter uma garota universitária como segunda assistente de câmera. No Brasil, não havia ainda mulheres na área mas nos EUA , sim. Foi um aprendizado incrível. Ricardo Pinto e Silva, nosso diretor também trabalhou nesse filme. Fiz uma carreira clássica na área de fotografia de cinema: primeiro, como assistente de câmera. Após nove anos achei que estava preparada para dirigir a fotografia de filmes de longa metragem. Meus mais recentes trabalhos como diretora de fotografia foram: A Via Láctea, (que estreou no Festival de Cannes). Estão em finalização os filmes O céu do dia em que nascemos e Senhor do Labirinto.
Uma fotografia alegre, cheia de esperança e vida como são os próprios personagens do filme.
Foto: Icaro Limaverde